Um clássico que poderia definir rumos na corrida pela Copa Libertadores terminou em silêncio. No domingo, 26 de outubro de 2025, às 20h UTC, Palmeiras e Cruzeiro se enfrentaram no Allianz Parque, em São Paulo, em um duelo de 0 a 0 que deixou torcedores frustrados — mas o público, não. Quase 43.145 pessoas lotaram o estádio, a 98,7% da capacidade, enquanto 58,7 milhões de espectadores em todo o mundo acompanharam pelo Globo, SporTV e DAZN. O resultado manteve o Palmeiras em terceiro lugar (62 pontos), com 19 vitórias, cinco empates e cinco derrotas, e o Cruzeiro em quarto (57 pontos), com 16 vitórias, nove empates e cinco derrotas. Ambos ainda vivem na briga direta por uma vaga na elite da América do Sul.
Um jogo de controle, não de explosão
Palmeiras começou com mais posse (57%), mas não conseguiu transformar domínio em gols. Cruzeiro, por sua vez, optou por contra-ataques rápidos, com Kaio Jorge e Matheus Pereira tentando abrir espaços entre as linhas. O goleiro Cássio, de 38 anos, fez duas defesas decisivas — uma no segundo tempo, em chute de Vitor Roque, que quase abriu o placar. Já o arqueiro Carlos Miguel, recém-chegado do Red Bull Bragantino, manteve a limpeza na defesa, apesar da pressão constante.
As oportunidades foram raras. Ambos os times tiveram oito chutes a gol — nenhum convertido. O Cruzeiro chegou a assustar aos 74’, quando Gabriel Barbosa entrou e quase marcou em cobrança de pênalti, mas o lance foi anulado por impedimento marginal. O árbitro Rodrigo Pereira, com assistentes Victor Imazu e Chaves Bezerra Junior, foi criterioso: apenas um cartão amarelo, para Fabrício Bruno, aos 71’, por falta brusca sobre Andreas Pereira.
Substituições que não mudaram o rumo
As mudanças foram numerosas, mas sem impacto decisivo. No Palmeiras, Raphael Veiga entrou aos 79’ para substituir Bruno Fuchs — e logo se perdeu no meio-campo. Alan Andrade, aos 64’, foi a última esperança de quebrar o bloqueio cruzeirense, mas não encontrou espaço. Já o Cruzeiro, com Marquinhos e Eduardo entrando nos minutos finais, tentou o desespero. O último lance: Carlos Eduardo cobrou falta aos 91’, mas a bola passou por cima do travessão. O silêncio no estádio foi quase alívio.
Um duelo histórico que segue empatado
Este foi o 127º confronto entre as duas equipes em todas as competições. O Palmeiras venceu 52 vezes, o Cruzeiro 48, e houve 26 empates. A última partida, em 1º de junho, no Mineirão, terminou 2 a 1 para o Cruzeiro, com gols de Kaio Jorge. Naquela ocasião, o Palmeiras perdeu a liderança da tabela. Agora, em casa, não conseguiu reverter a situação — mas também não cedeu pontos para um rival direto. A pressão aumenta para ambos: o Palmeiras precisa vencer o próximo jogo contra o Atlético Mineiro em Belo Horizonte, no dia 2 de novembro, para manter a vantagem. Já o Cruzeiro, que enfrenta o Fortaleza no mesmo dia, precisa de mais do que um empate para se manter vivo na briga.
Valores e estrutura: o futebol como negócio
Além da emoção, o jogo reflete o peso econômico das duas instituições. Segundo o relatório de ClubEconomia de outubro de 2025, o Palmeiras tem valor estimado em R$ 2,8 bilhões — o mais valioso do Brasil. O Cruzeiro, com R$ 1,9 bilhão, é o quarto mais valioso da série A. Ambos investem em estrutura: o Palmeiras conta com o técnico assistente Juan Carlos Osorio, de 62 anos, experiente em ligas europeias. O Cruzeiro, por sua vez, tem o preparador físico Leonardo Oliveira, de 38, que modernizou os protocolos de recuperação após lesões.
O que vem a seguir?
Na próxima rodada, o Palmeiras viaja a Belo Horizonte para enfrentar o Atlético Mineiro na Arena MRV — um jogo que pode definir quem lidera o grupo de candidatos à Libertadores. O Cruzeiro, por sua vez, recebe o Fortaleza no Mineirão, com a missão de manter o ritmo de vitórias. Ambos os times têm 8 rodadas pela frente. O empate em São Paulo não foi um fracasso — mas também não foi um avanço. Foi um ponto que, em um campeonato tão apertado, pode pesar mais do que parece.
Frequently Asked Questions
Por que o empate entre Palmeiras e Cruzeiro foi tão significativo?
O empate manteve o Palmeiras em terceiro lugar e o Cruzeiro em quarto, com apenas cinco pontos de diferença entre eles e o líder. Com oito rodadas restantes, cada ponto conta — e perder pontos em casa contra um rival direto pode ser decisivo na disputa por uma vaga na Copa Libertadores. Além disso, foi o primeiro empate entre os dois em casa desde 2021, o que aumenta a pressão sobre o Palmeiras.
Quem foi o jogador mais influente na partida?
Apesar do placar, o goleiro Cássio foi o mais decisivo. Com 38 anos e 15 temporadas na elite, ele fez duas defesas de alto nível, incluindo uma em chute de Vitor Roque aos 68 minutos. Sem ele, o Cruzeiro provavelmente perderia por 2 a 0. Já no Palmeiras, Andreas Pereira liderou as tentativas de criação, mas não teve suporte suficiente.
Como foi a estrutura de arbitragem e houve controvérsias?
A equipe de arbitragem, chefiada por Rodrigo Pereira, foi impecável. Apenas um cartão amarelo foi dado — a Fabrício Bruno, aos 71 minutos — e nenhuma penalidade foi marcada, apesar de uma possível falta na área do Cruzeiro aos 74’. O VAR foi acionado duas vezes, mas não alterou decisões. A transparência da arbitragem foi elogiada pela CBF e pela imprensa.
O que o resultado significa para as chances de Libertadores?
O Palmeiras ainda lidera o grupo de classificados, mas o Cruzeiro está a apenas quatro pontos atrás. Com a vitória sobre o Fortaleza ou o Atlético Mineiro, o Cruzeiro pode passar. Já o Palmeiras, se perder contra o Atlético, corre risco de cair para a quinta posição — e perder a vaga direta. A corrida está tão apertada que até o 6º colocado ainda tem chances, com oito jogos restantes.
Por que o público foi tão grande, mesmo com o empate?
O Allianz Parque é um dos estádios mais modernos do Brasil, e o clássico entre Palmeiras e Cruzeiro tem tradição de grandes públicos — mesmo em jogos sem gols. Além disso, o jogo foi transmitido em horário nobre, com atrações de TV e promoções de ingressos. A torcida queria ver o time em casa, independentemente do resultado. A média de público do Palmeiras em 2025 já supera 42 mil por jogo — o maior da série A.
O que o empate revela sobre o estilo de jogo dos dois times?
O Palmeiras ainda tenta equilibrar posse e eficiência, mas perdeu a capacidade de finalizar com clareza. O Cruzeiro, por outro lado, está se tornando uma equipe de contra-ataque letal, mas com falta de criatividade na finalização. Ambos são sólidos defensivamente — o que explica o placar. A próxima rodada vai mostrar se eles conseguem evoluir ou se o empate foi um espelho de um padrão que não muda.
